IHA ganha projecto “Monumental polychromy”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian

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O IHA vai desenvolver um novo projecto, intitulado “Monumental polychromy: revealing medieval colours at Batalha”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. São instituições participantes o Mosteiro da Batalha (DGPC), o Laboratório Hercules (LH/UÉvora), o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) e o Instituto Português de Heráldica (IPH).
O tema da cor é o objecto de análise deste projecto, que procura reinvindicá-lo como parte estruturante das concepções arquitectónicas e escultóricas medievas, através de um caso particular, a Capela do Fundador, no Mosteiro da Batalha.
“La couleur n’est pas seulement un phénomène physique et perceptif; c’est aussi une construction culturelle complexe, rebelle à toute généralisation sinon à toute analyse, et qui met en jeu des problems nombreux et difficiles”: é assim que o reconhecido medievalista, Michel Pastoureau, introduz o tema da cor numa “História simbólica da Idade Média Ocidental” (Une histoire symbolique du Moyen Âge ocidental, Paris: Éditions du Seuil, 2004, p. 113), concedendo-lhe lugar de destaque entre os elementos que, através das artes, constroem discursos potencialmente alegóricos durante aquele período.
Visitando a Capela do Fundador deparamo-nos, ainda hoje, com sinais evidentes de policromia, mesmo que numa escala muito reduzida face ao programa original, onde a cor desempenhava um papel preponderante, bem distinto do efeito de nua pedra que as campanhas de limpeza dos sécs. XIX e XX lhe ofereceram. Por isso mesmo, e pela complexa carga simbólica de que se reveste este lugar, panteão régio e capela de oração, trata-se de um caso de estudo com bastante potencial para funcionar como ponto de partida de uma nova área de investigação a desenvolver no panorama nacional.
O tema é, por outro lado, naturalmente gerador de interdisciplinaridade, pelo que o projecto se constrói sobre essa mesma metodologia. À equipa do IHA – Joana Ramôa Melo (coordenadora) e Begoña Farré Torras – juntam-se outras três, nomeadamente do Mosteiro da Batalha – Joaquim Ruivo e Pedro Redol –, do Laboratório Hercules (Universidade de Évora) – António Candeias, José Mirão, Ana Margarida Cardoso, Sara Valadas e Sónia Costa –, do Instituto Politécnico de Leiria – Florindo Gaspar, Artur Mateus e Luísa Gonçalves – e do Instituto Português de Heráldica – João Portugal e Miguel Metelo de Seixas.
Entre historiadoras de arte, historiadores, químicos e engenheiros, cruzam-se saberes, com vista, não só a gerar conhecimento num plano académico, mas também a comunicá-lo para fora dos muros da Universidade, através, nomeadamente, do desenvolvimento de uma aplicação que permitirá aos visitantes do mosteiro visualizar, em 3D, a capela com as suas cores originais.
O projecto desenvolve-se em três vertentes fundamentais: o estudo material (realizado pelo Laboratório Hercules e acompanhado pelas restantes equipas), que permitirá identificar pigmentos, cargas e aglutinantes em micro-amostras recolhidas; a investigação histórico-artística (conduzida pela equipa do IHA, do Mosteiro da Batalha e do IPH), que visa explorar os significados políticos, sociais, estéticos, materiais, religiosos e culturais da cor para o período e lugar em causa e neste tipo de aplicação, com base numa pesquisa documental e bibliográfica e numa contextualização do projecto em análise e comparação com outras intervenções pertinentes; a criação de uma aplicação (desenvolvida pela equipa do IPL e acompanhada pelas equipas do Hercules, IHA, IPH e Batalha) para recriação virtual do espaço policromado, a disponibilizar na própria capela e em smartphones, permitindo a divulgação do conhecimento produzido e a sua aplicação numa valorização do património a que está afecta a estrutura estudada.
O impacto deste tipo de projecto no panorama internacional, no qual investigações como esta formam ainda um campo em afirmação, comprova-se pelo convite dirigido à equipa do IHA, que o integra para realizar uma apresentação do mesmo no Courtauld Institute of Art (Londres), em Setembro de 2016, no contexto do workshop “Secular Badges: from Miniature to Monumental”.
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© DGPC | Luís Pavão

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© DGPC | Luís Pavão

 

 

 

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