Manuel Amado. Pintura sem álibi

Foi inaugurada no dia 26 de junho a exposição “Manuel Amado. Pintura sem álibi” com curadoria de Mariana Pinto dos Santos, investigadora do IHA e coordenadora do grupo ArtTHC, sobre a obra do pintor Manuel Amado, para ver no Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva até 20 de setembro de 2020.
A exposição em homenagem ao artista, falecido no ano passado, apresenta um total de 37 obras, algumas delas inéditas, provenientes de coleções particulares e, principalmente, da coleção da Fundação Millennium bcp que detém um núcleo bastante representativo da obra do pintor.
O título da exposição, Pintura sem álibi, é uma expressão de Vítor Silva Tavares, crítico e famoso editor português, no texto de 1984 dedicado a Manuel Amado, no qual destacava “o laborioso ofício” e a “qualidade despojada, silenciosa” das suas pinturas, que lhe motivaram um “fascínio desconcertante”.
A acompanhar a exposição há um catálogo com edição de Mariana Pintos dos Santos, com textos da sua autoria e textos recuperados de Vítor Silva Tavares e Bruno Munari, e ainda um testemunho de Joana Amado, filha do artista.
Manuel Amado (1938-2019) foi um pintor emblemático da arte portuguesa com um percurso muito singular e coerente. Arquiteto de formação, mas dedicado em exclusivo à pintura desde 1987, os seus trabalhos constituem frequentemente séries temáticas, nas quais a figura humana está ausente ou surge secundária em relação aos espaços representados. Ligado às artes cénicas através do seu pai, o autor, encenador e ator Fernando Amado, a sua relação com o teatro é visível na sua obra, em particular na série O espectáculo vai começar… As suas pinturas destacam-se pelo rigor na representação da luz e das sombras, que desempenham um papel cénico fundamental, e também pela forma como constrói as suas obras a partir de um mistério, de uma memória e um olhar sobre o país e a passagem do tempo, nomeadamente sobre a cidade de Lisboa, onde nasceu.