Plataforma Doutoral IHA #2 | Veja as fotografias da sessão

Decorreu no passado dia 27 de novembro, no CAN, a 2ª sessão da Plataforma Doutoral do IHA. Esta é uma iniciativa inscrita no plano de formação da unidade que pretende ser um espaço que oferece aos investigadores, nomeadamente aos doutorandos, a possibilidade de apresentarem regularmente os seus projetos de investigação, discutir formatos de apresentação e metodologias de trabalho, bem como o debate e o espírito crítico entre pares.
 
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A sessão #2 da Plataforma teve a participação de Samuel Silva, artista e professor de escultura na FBAUP e investigador na área da educação, pedagogia e mediação cultural em espaços de arte contemporânea.
A manhã foi marcada pelo workshop Ut(er)opia, onde os participantes foram desafiados a reconstituir memórias de acontecimentos ou episódios que marcaram as suas vidas e que de alguma forma contribuíram para traçar os seus interesses de investigação. O desafio concretizou-se com recurso a uma diversidade de materiais e resultou num conjunto de objetos e experiências plásticas, que de seguida foram partilhadas e discutidas. Nas palavras de Raquel Ermida, investigadora doutoranda do IHA que organiza a Plataforma, concluiu-se com este exercício que «auscultar a origem e não a originalidade pode ajudar a descobrir direções, conferindo significado e sentido a essas experiências, ao oferecer-lhes um espaço no tempo presente.»

 

 

A parte da tarde foi reservada a um momento de apresentação, onde Samuel Silva contou a sua experiência enquanto colaborador do serviço educativo do Museu de Arte Contemporânea de Serralves: “Como construir uma coexistência afetiva com a arte contemporânea através de uma aceitação radical do ‘não saber’?” Este momento expositivo serviu para dar contexto à atividade prática que se seguiu, com 3 exercícios:
Ghost = Guest + host
Os participantes assumiram o papel de artistas através da resposta às questões suscitadas por um conjunto de várias imagens de obras de arte não identificadas, espalhadas pela sala.
Arqueologia das palavras
Cada participante foi convidado a pegar numa de várias palavras aleatórias, escritas em pedaços de fita adesiva, associando-as às obras de arte não identificadas e justificando a sua escolha.
Desenho da imaginação
Um dos participantes foi escolhido para observar uma instalação realizada por Samuel Silva, improvisada no exterior da sala. Os restantes participantes foram desafiados a desenhar essa mesma instalação apenas com recurso à descrição do participante escolhido.

 

 

A sessão #2 da Plataforma Doutoral permitiu explorar as diferentes metodologias que atravessam o trabalho de cada investigador. Uma experiência verdadeiramente enriquecedora, na opinião de Bruno Marques, investigador integrado do IHA no grupo CASt, cujo entusiasmo partilhamos para estímulo à participação em sessões futuras:

Ainda que não sendo artista, aceitei o desafio. Entusiasmado como uma criança. Sob o signo do Útero e da Utopia, experimentei usar materiais diversos para expressar ideias, metáforas ou alegorias – sobre as nossas memórias mais primordiais, sobre o nosso percurso de vida e sobre as nossas projecções mais íntimas  – de um modo plástico. Apresentei uma “escultura”: um tubo (útero) suspenso por uma frágil paliçada, fazia nascer, na extremidade superior, uma “árvore artificial” em directa homenagem à obra da Gabriela Albergaria. De seguida, a partir da nossa “obra-de-arte”, falámos para o grupo sobre a possível correlação entre os nossos temas de investigações e a nossa vida. A experiência foi tão especial como transformadora para mim. Foi um exercício de imaginação, de criatividade, de auto-consciência, de elaboração crítica, de troca interpessoal e de conhecimento mútuo. Senti um empenho extraordinário do grupo. As pessoas sentiram-se à vontade, confiantes, abertas. Construiu-se um elo, um ambiente à parte de tudo. Diria até um sentimento agradável de pertença. Uma micro-comunidade, se quisermos. Um espaço-outro deveras positivo. A repetir, a replicar, a reinventar…. Obrigado Samuel! Há pessoas e experiências que nos marcam…

 

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