Call for Articles | Revista DIÁLOGOS – Imagens Interditas. Censura e criação artística no espaço Ibérico contemporâneo | até 20 dez.

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Call for Articles

Revista DIÁLOGOS | dossier “Imagens Interditas. Censura e criação artística no espaço Ibérico contemporâneo”

Este call surge na sequência do congresso “Imagens interditas. Cinema e Literatura no espaço Ibérico – séculos XX e XXI“, do qual o IHA foi parceiro.

 

A revista DIÁLOGOS do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) convida a todos os interessados a submeterem artigos inéditos para o seu dossier “Imagens Interditas. Censura e criação artística no espaço ibérico contemporâneo”, a ser publicado no 1º quadrimestre de 2022. Pretende-se publicar textos de investigadores de diversas áreas do conhecimento que abordem o problema da censura às imagens tendo em consideração o contexto histórico e cultural dos países ibéricos. Serão privilegiadas abordagens interdisciplinares e atuais que se integrem nas principais questões científicas internacionais e em metodologias de trabalho inovadoras com resultados relevantes.
 
Qual a diferença entre as imagens que passam diante dos nossos olhos e aquelas que o imaginário produz? Quais as mais poderosas e “subversivas”? O que justifica, nesse caso, a censura? As imagens em si, os seus propósitos ou os seus usos? São as imagens que são censuradas ou o que pensamos e fazemos depois com elas? A tensão entre visibilidade e invisibilidade, entre imagem vista e imagem imaginada, endereça-nos para as complexas relações entre literatura e artes visuais.
A tentativa de controlar o discurso público legitimando certas vozes e relegando outras ao silêncio constitui um dos principais objetivos da censura. Esta está intimamente ligada ao exercício da coerção estatal com o fim de se impor uma ideologia a pretexto da proteção dos valores de uma sociedade.
Grande parte do século XX ibérico foi marcado pela censura imposta por regimes ditatoriais (em especial o Estado Novo e o Franquismo) que visavam todas as formas de expressão, principalmente a comunicação social, o cinema e a literatura. Em paralelo surgem fenómenos de resistência, seja abertamente, seja na clandestinidade, que desenvolveram movimentos como o neo-realismo em Portugal e o tremendismo em Espanha. Nesse país, após o fim da Guerra Civil, grande parte dos intelectuais emigraram, construindo, então, uma impressionante literatura de exílio, contando uma versão alternativa à História propagada pelo regime vencedor.
No quadro dos actuais regimes democráticos, a censura está aparentemente extinta no campo das artes; no entanto, internacionalmente, as denúncias que contrariam este panorama sucedem-se. Vivemos um momento intenso de censura não institucionalizada, não legislada, e, por isso mesmo, mais difícil de se quantificar, contextualizar e analisar. A dependência das instituições de arte no financiamento privado – ainda que parcial – parece legitimar a interferência na sua programação e nas suas atividades. Embora os Estados estabeleçam as regras do discurso aceitável no domínio público, isto é, no tocante a quem pode falar e ao que pode ser dito, lobbies e grupos privados, na sua associação ao poder estatal, adquiriram o poder de impor os seus próprios padrões e as suas ideologias. Este parece ser o momento exacto, no qual se torna relevante que investigadores de diversos domínios e geografias encarem o desafio de trabalhar sobre a censura contemporânea.
Abaixo encontram-se sugestões de áreas temáticas, que devem constituir ângulos inovadores de abordagem que contribuam para o avanço dos estudos sobre a censura à criação artística, na época contemporânea, em Portugal e /ou Espanha. As perspectivas em causa devem estar relacionadas com assuntos transnacionais e processos referentes à Península Ibérica no âmbito alargado do espaço lusófono e hispânico. Perspectivas disciplinares e interdisciplinares são encorajadas e os temas listados abaixo não são exclusivos:
– Censura institucional, política, social, psicológica:
* Relação dialéctica entre literatura e artes visuais
* Adaptações de livros para cinema e VS
* Cinema
* Artes visuais
* Poemas visuais
* Literatura e imprensa
* Novelas gráficas
* Imagens nos livros
* Imagens nos livros escolares
Cartoons
* Cartazes
* Livro enquanto objecto de arte
– Autocensura
– Políticas de gosto
– Condicionamento estético
– Financiamento público e Censura

 

Organizadores/Editores convidados:
Ana Bela Morais (CEC/FLUL)
Bruno Marques (IHA/NOVA FCSH)
Isabel Araújo Branco (CHAM/NOVA FCSH)

 

Prazo limite para submissões: 1 de novembro de 2021
SUBMISSÕES PRORROGADAS ATÉ 20/12/2021

 

Submissão: Os artigos devem ser submetidos na secção dossier. Aceitam-se propostas de artigos em português, espanhol ou inglês. As diretrizes para os autores e as normas para submissão e publicação encontram-se na página online da revista, a que pode aceder no link abaixo.
Todas as informações aqui.

 

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