Foram recentemente publicados na revista científica Artl@s Bulletin dois artigos no âmbito do projeto PIM – Modernismos Ibéricos e o Imaginário Primitivista, pelas investigadoras do IHA Joana Cunha Leal e Begonã Farré Torras – grupo ArtTHC. Ambos estão disponíveis em acesso aberto.
Este artigo analisa as paisagens de Olhão pintadas por Eduardo Viana (1881–1967) no início da década de 1920. Discute-se o interesse de Viana pela paisagem Algarvia-Mediterrânica à luz da descoberta de Olhão como “vila cubista”, no momento que antecede a sua regionalização pela indústria cultural do fascismo. Defendo que estas vistas decorrem do perfil cosmopolita e das experiências anteriores do artista, sugerindo também que a paisagem mediterrânica “cubista” de Olhão ofereceu a Viana a representação de uma geografia desnacionalizada. A relação entre identidade, lugar e política será discutida.
Este artigo explora o lugar do Mediterrâneo como a principal fonte de referências primitivas para a arte moderna no cenário artístico noucentista da Catalunha (Espanha) no início do século XX. Fá-lo centrando-se no caso de Joaquín Torres-García, figura com destaque neste movimento e defensor da modernização da pintura mural. A discussão considera a fusão noucentista das noções de clássico e primitivo, examina como esta encontra expressão nos polémicos frescos de Torres-García para a sede do governo regional e considera a sua relevância para a linguagem pictórica do Universalismo Construtivo desenvolvido pelo artista no final dos anos 1920.
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