Eight Hours Labour, Eight Hours Recreation, Eight Hours Rest: What We Will Need Is More Time for What We Will (?)
Foi recentemente publicado um número especial da revista Arts que tem como editora convidada Cristina Pratas Cruzeiro, investigadora integrada do IHA – grupo CASt, e também Helena Elias (VICARTE), Cláudia Madeira (ICNOVA) e Anne Douglas (Gray’s School of Art). O volume contém artigos de Wallace Heim, António Figueiredo Marques, Nil Gulari e Chris Fremantle, Anne Douglas e Jody Wood e as entrevistas a Richard Schechner e a Gregory Sholette, consultor do IHA desde 2021.
O tema deste número especial parte da reivindicação da classe trabalhadora – “oito horas de trabalho, oito horas de recreação, oito horas de descanso” (8-8-8) – nascida com a Revolução Industrial, articulando-a com a atualidade, onde o domínio generalizado do sistema capitalista tem vindo a reduzir os direitos laborais e instalando uma monocultura globalizada que mina a capacidade da vida se sustentar através da diversidade. Problematiza-se o tema relativamente ao contexto artístico, onde tem crescido o sentido de compromisso e urgência social em relação a esta questão. Os artistas têm explorado novas formas de imaginar o tempo, o espaço e a experiência, muitas vezes encontrando alternativas radicais às circunstâncias encontradas na realidade. Os artigos publicados no número especial incidem assim sobre diferentes formas de reflexão e atuação sobre os impactos do capitalismo, através do contexto artístico.
Pode consultar o número aqui.
An Interview with Gregory Sholette about the Precarious Workers Pageant Project
Nesta entrevista, o artista, escritor, educador e ativista de Nova Iorque fala da sua experiência de conceptualização e participação no projeto Precarious Workers Pageant, um projeto artístico colaborativo realizado durante a Bienal de Veneza de 2015, com membros dos coletivos Workers Art Coalition, Aaron Burr Society, Occupy Museums, G.U.L.F. (Global Ultra Luxury Faction) e Social Practice Queens. O projeto incidiu sobre as condições laborais dos trabalhadores migrantes que trabalhavam na altura na construção do Guggenheim Museum, em Abu Dhabi, edifício projetado por Frank Gehry. Sholette reflete nesta entrevista sobre as dimensões estéticas e políticas do projeto. Identifica como inspiração para o projeto o surgimento dos espetáculos públicos dos futuristas russos e outros artistas de vanguarda após a Revolução de Outubro de 1917 e as conexões com o carnavalesco como tipologia de protesto e celebração. Foca ainda outras dimensões, como a estetização do evento social através da arte ativista, a precariedade laboral e a importância da estética ativista na atualidade.
Aceda à entrevista aqui.