A investigadora do IHA Sílvia Ferreira concedeu uma entrevista à revista Archivoz: International Archives Magazine, uma revista digital gratuita com alcance internacional na área da gestão arquivística e gestão documental, mas que considera outros campos de investigação consigo conectados, como a História da Arte.
Nesta entrevista, Sílvia Ferreira apresenta o seu percurso profissional e científico, como historiadora de arte, destacando as suas publicações mais recentes, das quais foi editora (Igreja Matriz de Loures. Descodificar o passado, projetar o futuro, Feição especialíssima. A Igreja dos Anjos e Barroco em movimento. Portugal e Brasil e a construção de um novo olhar) e projetos de investigação em que se encontra envolvida, como o IHA seed-project “A Biblioteca Joanina de Coimbra, história e arte. Um estudo inédito de Robert C. Smith”, o projeto de edição crítica do livro de Robert C. Smith dedicado à Biblioteca Joanina ou ainda o congresso internacional “Confluências artísticas na cultura Iberoamericana (1600-1850). O mundo de Robert C. Smith (1912-1975)”, que está a ser organizado pelo IHA e o IHC em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Parques de Sintra. Houve ainda espaço para partilhar a sua opinião sobre o futuro da História de Arte em Portugal e refletir sobre os desafios com que se deparam os profissionais que trabalham nesta área.
Penso que o maior desafio será manter viva e atuante a interdisciplinaridade, que tanto aproveita a todas as ciências, sem perder a noção de onde o historiador de arte tem sempre de partir: o objeto, o seu contexto de produção, quem o desejou e quem o executou, enfim, o tecido social, cultural e económico que tornou apetecível a sua produção e a sua função e vida dentro de uma conjuntura específica e para além dela. Como sabemos, a vida das obras de arte é fluída e plena de ressignificações, e é também nesse fluxo de vida da obra que o historiador de arte se posiciona, a tenta ler, descodificar e projetar o seu lugar na atualidade.