
“Jorge Barradas | No Jardim da Europa”
De 4 de abril a 27 de agosto de 2023, MNAC
Com curadoria de Carlos Silveira , investigador do IHA (GI MuSt), esta exposição é resultado da parceria entre o Instituto de História da Arte, a Fundação Millennium bcp e o Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), para a qual foi assinado um protocolo com o objetivo de estudar em profundidade e em contexto artistas relevantes comuns à Coleção de Arte do Millennium bcp e do MNAC, e ampliar a linha de trabalho intitulada “Bolsas de Investigação em História da Arte”. O trabalho sobre Jorge Barradas é fruto da Bolsa de Investigação atribuída ao investigador em 2019 e surge no contexto do estudo desenvolvido no âmbito do projeto BOLSAS MILLENNIUM ARTE – Estudo da Coleção do Millennium bcp de Pintura Portuguesa dos séculos XIX-XX.
Jorge Barradas (1894-1971) é um dos artistas de referência da primeira geração de artistas modernos, surgida com as exposições do grupo dos Humoristas na década de 1910. Para além de se afirmar como um caricaturista inovador, Barradas foi o mais importante artista gráfico dos anos 20, cronista das mudanças sociais e da febre de viver do pós-guerra. Foi também o renovador da cerâmica artística, já nos anos 40, tornando-se num prolífico ceramista de grande aceitação no mercado e solicitado para inúmeras encomendas de cerâmica decorativa em edifícios públicos e privados, por todo o país. Na pintura empreendeu projetos inéditos, como a viagem à ilha de São Tomé em 1930, e reinterpretou movimentos vanguardistas como o surrealismo e a abstração gestual, já na década de 60, no final da carreira. A sua obra testemunha a renovação das práticas artísticas em Portugal na primeira metade do século XX.
Decorrido um século sobre o auge da produção gráfica de Jorge Barradas, o MNAC apresenta nas suas salas a maior exposição realizada até hoje sobre este artista multifacetado, cobrindo todo o período de seis décadas de carreira. A exposição estará patente na galeria Millennium bcp do museu e apresentará perto de 60 obras de Jorge Barradas, oriundas de coleções institucionais e particulares, com destaque para a Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Nacional do Azulejo. Organizada em quatro secções, a exposição apresentará obras de diferentes formatos e técnicas, desde desenhos a tinta-da-china a ilustrações a aguarela, da pintura a guache ou a óleo às peças de cerâmica decorativa, ou aos painéis de azulejos, que permitirão ao visitante contactar com a diversidade e sofisticação técnica deste importante modernista português do século XX.
Por ocasião da exposição será publicada uma monografia de referência, da autoria do investigador, em parceria com a editora Tinta-da-china.