
A Sé Catedral do Porto: a basílica altomedieva, a obra românica e a emergência do gótico
Manuel Luís Real | Investigador do IEM/NOVA FCSH e do CITCEM/FLUP
28 de abril, 14h30
Sala B305 – NOVA FCSH, Av. de Berna
Serão estudados os vestígios da Sé pré-românica e os indícios de um consistente grupo artístico regional, cuja escultura recebe claras influências omíadas, as quais, no séc. XII-XIII, irão ser apropriadas por mestres locais.
A Catedral românica terá sido iniciada ainda no tempo do bispo D. Hugo, mas veio a transformar-se numa obra de tempo longo, onde é conhecida a sucessão de três arquitectos. O primeiro, de nome desconhecido, seria originário do Limousin, seguindo-se o mestre Soeiro Anes, que antes trabalhara na Sé Velha de Coimbra. A construção terá ficado interrompida pelos finais do séc. XII, aparecendo como responsável da obra, por meados da centúria seguinte, uma tal mestre Domingos Peres. É provável que se trate de um estrangeirado, do círculo do príncipe D. Afonso, em Paris (o futuro rei “Bolonhês), donde trouxe modelos arquitectónicos e iconográficos do gótico pleno, mas em cuja aplicação nunca se conseguiu libertar dos padrões românicos. A construção do claustro e a reforma da “crasta velha” são já do séc. XIV-XV e revelam, igualmente, contactos artísticos com o exterior.
Lecture organizada no âmbito do GI Pre-Modern Visual and Material Cultures.
