
No dia 25 de outubro de 2023, pelas 18h, vai ter lugar no Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva, o lançamento do livro Variações – Arte Portuguesa, Séculos XIX-XX, da autoria da investigadora do IHA Raquel Henriques da Silva (GI LxSt/MuSt), Professora Catedrática Jubilada do Departamento de História da Arte da NOVA FCSH. O livro é editado pela Sistema Solar | DOCUMENTA.
Sem falsa modéstia, começo por declarar que os quarenta e um textos reunidos neste livro são menos de um quarto dos que escrevi e publiquei desde os finais dos anos de 1980, quando, no decurso da realização do mestrado em História da Arte, comecei a descobrir e a praticar o ofício de historiadora da arte. Faltam também os poucos livros de que sou autora exclusiva e, sobretudo, os catálogos que, sempre com excelentes equipas, são construídos com uma escrita encadeada que não se adequa a destacar artigos isoláveis. Em relação aos textos sobre artistas em nome próprio, a selecção foi drástica. Não pude incluir todos e sobre alguns escrevi e publiquei diversas vezes: é o caso de Almada Negreiros, Carlos Botelho, Nikias Skapinakis e José de Guimarães.
Ainda assim, o que seleccionei, e que respeita aos últimos vinte anos, dispersa-se por diferentes áreas temáticas: pintura sobretudo, mas também arquitectura e história de Lisboa (e esta é a que tem maior desequilíbrio entre o feito e o mostrado), história dos museus, do coleccionismo de arte e das exposições.
Esta diversidade temática é talvez o traço que marca o meu percurso de investigadora. Não é nem deixa de ser motivo de orgulho, antes simples facto que, hoje em dia, nas instâncias de avaliação nacional e internacional, é encarado com reserva por se considerar que tanta dispersão impede a profundidade. Nunca quis ser de outra maneira, continuo a interessar-me por quase tudo e a pensar que se nascesse outra vez (mas não há risco…) gostaria finalmente de me concentrar no que mais amo e nunca pratiquei: o nascimento das artes nas comunidades humanas antiquíssimas e em geografias alargadas.
Raquel Henriques da Silva, no prólogo de VARIAÇÕES – ARTE PORTUGUESA – SÉCULOS XIX-XX